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Foto do escritorMarcus Nascimento

QUAL CAMINHO SEGUIR, QUANDO DUAS REALIDADES SURGEM - Is.7

INTRODUÇÃO

O profeta descreve um cenário histórico em Jerusalém, onde dois reis se juntam para pelejar contra um rei. Os detalhes são minuciosamente esclarecidos pela união feita entre o rei da Síria e o rei de Israel. Algumas características saltam aos olhos: primeiro era uma aliança, isto é, um pacto sem rutura aconteça o que acontecer; segundo tinha propósito definido, isto é, pelejar em guerra contra o alvo definido; terceiro chegaram a unidade de pensar, isto é, tinham o mesmo conselho dominante na mente; quarto definiram o que fariam com o resultado obtido, isto é, atormentar e repartir entre eles os despojos; quinto estabelecer uma nova ordem de governo, isto é, novo rei para Jerusalém.


Continuando a construção do ambiente criado, a notícia chega ao conhecimento dos habitantes de Jerusalém. O rei e o povo ficaram balançados como o vento forte sopra sobre as arvores. O perigo gerou o medo, que entrou no interior de cada habitante. A reação reflete a natureza humana, pois na avaliação racional confirma, que a intenção dos adversários será alcançada. Não havia meios de evitar. A realidade apresentada, mostrava o caminho da derrota. Não haveria solução e a mortandade seria gigante. Estavam prestes a serem dominados e subjugados por forças maiores e mais poderosas. O resultado era irreversível e apavorante. O máximo que poderiam fazer, era rendição e entregar tudo, a fim de evitar o derramamento de sangue. É o sentimento de desamparo e do beco sem saída.


Por detrás disso, na minha humilde opinião, estão os seres espirituais, atuando em ambos lados. No lado do atacante, energizam a confiança na inerrância do plano, gerando entusiasmo e arrogância pelo poderio bélico dessa união de dois reinos; além de usar os homens para atingir a Deus, afinal, era a cidade onde Deus resolveu estabelecer sua morada. No lado do atacado, gerar análise da situação, para concluir a inevitável derrota e gerar pânico no coração (ser interior), fazendo-os desanimar e perder a esperança, com isso os deixariam mais vulneráveis como uma presa fácil. A ideia a priori era matar, roubar e destruir, mas também, afrontar a Deus.


Por outro lado, Deus envia o profeta, a fim de ser a fonte de segurança para o rei e seus súditos, reafirmando a necessidade de mudança no comportamento, porque a realidade apresentada não será realizada, antes, Ele mesmo defenderá Jerusalém. Observemos, que assim como os adversários formularam seu método de ação, Deus tem seu método. E, Isaías faz questão de dizer: primeiro, “nada puderam contra ela (Jerusalém). Segundo, mude o estado psíquico (acautela-te, aquieta-te, não desanime). Terceiro, entenda, que a intenção deles não resultará (não subsistirá e nem acontecerá). O que foi dito a Isaías para transmitir ao rei e ao povo, era que com Deus não há hipótese, somente realização. A intenção da narrativa não estava em medir as forças, mas estabelecer qual caminho a ser decido pelo rei e pelo povo. Ou seguiriam o conselho dos adversários, físicos e espirituais, ou se seguiriam o conselho de Deus. Essa é a temática a ser apresentada nessa meditação.


O CONSELHO DOS ADVERSÁRIOS:

Isaías nos escreve de maneira esclarecedora, para entendermos o permanente pensar dos adversários dos filhos e do próprio Deus. A tentativa de destruir o plano de Deus para o seu povo, está continuamente na mente dos adversários e procuram de todas as formas imagináveis para realizar. Há um confronto constante velado e às claras contra Deus e tudo que Ele escolheu para realizar. Os adversários não podem enfrentá-lo face a face, então, usam meios de atingi-lo, através dos seus escolhidos. Assim, criam planos constantemente, a fim de não baixar a guarda e estar sempre em atividade, ocupando a mente e criando obsessão para conseguirem seus objetivos.


Assim, Isaías nos diz no caso específico, que há um plano elaborado:

1.      ESTADO PERMANENTE DE GUERRA – o versículo 1, nos diz que os dois reis subiram para PELEJAREM. Esse verbo envolve a declaração de guerra contra o inimigo específico, a forma de como o combate se dará com armas e pessoas, e, a batalha propriamente dita que é o confronto entre as partes. Foi exatamente isso, que foi declaro pelos dois reis ao rei de Jerusalém.

2.      FOI FEITO UMA ALIANÇA. A ideia aqui é de união de forças, para constituir uma espécie de família. Haveria uma formalização de união, a fim de que a guerra declara permanecesse em alto grau de importância para os envolvidos. Iriam apoiar um no outro e realizarem suas forças canalizadas na mesma direção.

3.      CONSELHO REGENTE DA GUERRA. Conselho significa tramar, traçar, conspirar e diagramar a concepção de guerra. De modo que, os dois reis persuadiram-se a si mesmos para a empreitada. Isso regeu suas decisões de atacar a Jerusalém e realizar suas intenções. Prepararam a metodologia para executar o plano e envolvia o desejo de tramar a Jerusalém.

4.      A ESTRATÉGIA DEFINIDA. NO V6, aparecem três verbos, que representam como o ataque será efetuado. Seus exércitos ATORMENTARIA os moradores da cidade, criando desordem, preocupação, aflição, problema e embaraço. Significa, que a intenção é mexer com o psicológico dos moradores, fazendo-os sentir temor, horror, aversão e detestar a situação, com o fim de adoecê-los. Certamente seriam presas fáceis e aprisionadas em sentimentos de derrota antes da batalha. O segundo verbo é REPARTAMOS, era intenção de abrir buraco, uma fenda, uma brecha, um espaço no muro da cidade, suficientemente capaz de fazê-los passar e surrupiar o que tiver dentro da cidade. Assim, entraria na cidade e saqueariam tudo que encontrasse. O terceiro verbo é FAZER REINAR, mudança de governo e de direção. Como entrariam na cidade, estabeleceria sua vitória e como consequência regeriam a cidade, proclamando um novo rei.


Tudo estava detalhadamente planejado e achavam que o plano era inerrante. Tudo aconteceria como desejavam. Entretanto, esqueceram de combinar com o verdadeiro Rei de Jerusalém. O Deus de Israel não ficaria de braços cruzados, assistindo imponentemente a tudo. O profeta comunica ao rei de Jerusalém, que Deus tomara a iniciativa de defender pessoas e cidade e não precisou ser instado a agir, antes Ele ouvira todo o planejamento dos reis Rezim e Peca contra Jerusalém. Assim, Deus tem plano, meios e esfera de ação para executar o livramento de Jerusalém, o qual se dará da seguinte forma:

1.      O PLANO: A primeira coisa que Deus quer Isaías entenda, é o fato Dele estar pessoalmente envolvido nessa guerra e como resultado, ele quer criar um estado de segurança em quem vai ouvir a mensagem Dele sobre essa questão. Segundo, com sua iniciativa, Ele confirma sua aliança com Jerusalém como cidade onde estabeleceu o Seu nome. Assim, Sua presença e aliança dão o indicativo, que medirá esforços para defender os seus.

2.      PRÉ-REQUISITO. Com a afirmação da sua presença e da garantia de manutenção da aliança, era necessário à liderança e ao povo, manter-se longe do abalo psicológico, era imprescindível que pensassem sobre o que Deus iria dizer. De modo que, a correção psíquica seria realizada: primeiro ACAUTELA-TE, Deus estava dizendo ao rei Acaz, para ter cuidado e manter-se vigilante; perceber exatamente o que seu inimigo intentava, a fim de preserva o estado de vigilância. Não é hora de relaxar e nem de se abalar, é hora de pensar e manter-se atento. A chamada para a vigilância não era opção, era imperativo. Segundo deveria AQUIETAR-SE, Esse estado o próprio rei tinha que causar em si mesmo, além de ser imperativo da mesma forma que o acautelar; Deus ordena ao rei, que permaneça em quietude interior, como se fosse alguém imperturbável. Terceiro ele não deve TEMER, isto é, enquanto a situação não for resolvida, não deixe o medo lhe dominar, regendo seu estado emocional e mental. Quarto NÃO DESANIME, Deus estava encorajando o rei sobre o que iria acontecer e esse verbo é duro de ouvir, porque diz claramente: não seja tenro, fraco, macio e tímido; Deus estava dizendo não viva com medo, porque recebeu a notícia de ataque dos inimigos.

3.      OS MEIOS. Assim como os inimigos tem os meios, Deus também o tem e não se furta de usar, a fim de cumprir o que disse. A primeira coisa foi enviar o seu servo, que todos conheciam, inclusive os adversários, a fim de confirmar sua participação total no desfecho da situação. Segundo, Ele coloca sua palavra como penhor de que agirá: NÃO SUBSISTIRÁ, Deus estava afirmando que o intento de Peca e Rezim não permanecerá em pé; não existiria nenhuma hipótese do plano deles terem sucesso; não conseguirão nem levantar o intento. NÃO ACONTECERÁ, Deus estava afirmando que toda intenção e palavra verbaliza não aconteceria e que os adversários não passariam pelos portões e nem abririam brecha no muro para saquear. Terceiro a Fé Nele e nas Suas palavras, SE NÃO CREDES significa que o rei deveria apoiar e estabelecer tudo o que Deus falara por Isaías; isso ele poderia fazer tranquilamente, porque era possível; assim, sem o apoio no que fora dito, não haveria chance de Acaz continuar firme. Quarto, Deus sempre dá um sinal, significando o cumprimento de tudo o que Ele prometera; por isso, Isaías exorta ao rei para pedir o sinal, mas a atitude de não tentar a Deus representava a falta de entendimento de que ele deveria pedir, porque foi o próprio Deus que o autorizou.

4.      A ESFERA ONDE DEUS AGE. No v14, Deus promete o sinal, que tem o significado imediato de descendência do rei e sua substituição, mas essencialmente, Deus estava falando de Jesus, que é a esfera onde Deus age. E, assim como os pais de Jesus   foram obrigados a fugir para o Egito por causo do edito de Herodes, mas foi preservado para realizar sua missão, da mesma forma, Deus fará com Jerusalém, preservará dos adversários,


CONCLUSÃO:

Esse é um relato imprescindível de compreender e exercitar na realidade experimentada por nós. Não podemos esquecer, que o adversário do homem está sempre a usar os meios necessários, para nos derrubar e destruir. É necessário um estado de vigilância permanente. É certo e assegurado, que assim como Adonai agiu em favor do Seu povo e da sua cidade, Jesus, que afirmara estar conosco todos os dias, também agirá conosco, afinal somos parte de novo ser, indivisível com Ele.


De modo que, precisamos não permitir que o psicológico afete nossa convicção nas promessas de Deus para nós. É preciso estabelecer a fé na palavra proferida por Deus, afirmando-a em nosso ser interior.


Amados, o mal não dorme e nem se fadiga e nem desiste. Por isso, não podemos ser fracos, antes nos fortaleçamos na palavra do Senhor.

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