top of page
Foto do escritorMarcus Nascimento

ATITUDES DIANTE DOS MOMENTOS IRREVERSÍVEIS - Is 8

INTRODUÇÃO:

Mais um cenário difícil para o povo de Israel, mas tão atual para os que seguem a Cristo. As palavras descritivas do profeta é um decreto de Deus sobre o desdobramento histórico para a nação. Há uma certeza: o cativeiro é inevitável! Assim, haverá momentos de extremo aperto e insegurança completa diante do que a Assíria faria tanto à Síria quanto ao reino do Norte (Israel).


Como tudo o que Deus faz, tem causa definida e irrefutável. Ele quer que tudo seja registado (v1) e didaticamente ensinado (v3). Assim, Ele diz pelo profeta, que os envolvidos rejeitaram o Deus de paz, por um cenário de guerra e destruição. Ao invés de viverem em tranquilidade e com recursos, eles optam pela conduta o contrário. De modo que, virá sobre Samaria.


O comparativo de paz e guerra é ilustrado pelas águas de Siloé, que era um aqueduto, começando na fonte de Guiron até Siloé por um canal, suprindo a necessidade de Jerusalém.

Como se deu essa mudança de atitude para com Deus? O profeta diz: “Andaram no caminho dos povos” (vv 11,19). Esse verbo indica estilo de vida. O povo assumiu a decisão de aglutinar as crenças e valores dos povos que não conheciam ao Deus de Israel. Preferiram seguir o conselho dos ímpios e estabelecer o modo de vida deles. Caminharam de mão dadas pela estrada da vida e beberam da água. Agora, ficam sem entender o por quê de tanta dificuldade e tanto aperto, reduzindo-os a um futuro tenebroso e destrutivo, onde a mortandade, a fome e a miséria serão seus presentes.


Assim sendo, precisaremos estar atentos e aprendermos a ter atitude certa para com Deus nos momentos em que passamos por todo o tipo de crise. Quantas coisas passamos na vida sem entender os motivos? Nessa meditação em Is 8, vamos procurar detalhes de como agirmos diante dos momentos de crise.


A PRIMEIRA ATITUDE: SANTIFICAÇÃO:

Quem fez uma leitura superficial da bíblia, por especialidade do novo testamento, vai perceber a priori, que Deus é Santo e todo os que foram chamados para viver com Ele por Cristo, precisam viver em santidade.


A ideia primordial da palavra é ser apartado ou separado em consagração, isto é, quando assumimos a fé em Deus por Cristo, somos separados para vivermos o estilo de vida de Deus. Por isso, nos é dado o Espírito Santo, a fim de nos separemos para Deus em entendimento da sua vontade expressa nas paginas da bíblia.


Isaías não exitou em dizer abertamente, que andar nos caminhos de outros povos, significava viver sem santidade, isto é, contaminado e influenciado por ideais e ideias contrárias ao que Deus ensinara na história do povo de Israel. Portanto, tudo o que fizerem, deveriam espelhar o entendimento de ser consagrado ou ser tratado como sagrado. Foi Deus quem criara o povo de Israel, como também, foi Ele quem cuidou e preservou. Tinha a autoridade sobre o povo e revelou aos seus servos a Sua vontade nos oráculos e no testemunho escrito. Não havia dúvidas no entendimento do que Deus deseja ao povo, mas tudo foi rejeitado de maneira a provocar a ira. E, é esse o alerta do profeta e é esse o alerta à Igreja.


Assim, não adianta gritar por socorro ou recitar versículos ou entender a bíblia, se não santidade na vida. Deus não age desconforme ao Seu caracter e a santidade é inegociável.

 

SEGUNDA ATITUDE É TEMOR

Vivemos num tempo em que os que seguem a Deus, parece que esqueceram quem Ele é e como age. Aplicam seu coração em fazer as coisas, inclusive para Deus, ao seu bel-prazer.


Isaías diz ao povo, que o cenário de guerra vindoura, não deveria ser objeto de temor. Ao contrário, o povo deveria ter temor era de Deus, porque somente Ele é objeto de reverência e respeito. Havia medo e terror no que iria acontecer, mas também, havia o Ser a quem deveriam temer mais e sobre quem deveriam ter seu modo de viver em adoração a Ele.


O exército Assírio era poderoso e devastador, levavam o povo daquela civilização e espalhavam-no por outras civilizações, retirando o direito a nacionalidade e a religião. A sua fama era tremenda e gerava a certeza de que não poderiam ser derrotados.


O que Isaías tentava chamar a atenção do povo era: a realidade é duríssima e irreversível, factualmente geraria insegurança e medo, ao ponto de criar o sentimento de quase reverência ao império Assírio. Entretanto, era necessário reorganizar a visão da realidade e agir com temor a quem é mais forte do que o império. Esse sim, diz Isaías, deveria receber a devida devoção, temor e reverência.


Somado ao temor, o povo teve grande Assombro. Todos estavam admirados com o que aconteceria e a grandeza do inimigo, fazendo-os tremer e se inspirar em admiração. Isaías mais uma vez replica e diz, esse sentimento deveria ser devotado a Deus. Ele é o Senhor dos Exércitos. Portanto, não são as circunstâncias, nem os adversários e nas consequências que devem nos causar assombro, mas o próprio Deus. Ele é digno de ser a nossa inspiração de admiração pelos seus feitos e pelo que é. Se tremeremos, seja por causa da ira de Deus provocada por seguir outros caminhos.


A TERCEIRA ATITUDE É: ENTENDER QUE SOMOS O SEU SANTUÁRIO

A priori precisamos responder a seguinte pergunta: Qual o ser capaz de destruir o santuário de Deus?


Isaías pensou na mesma coisa e fez o povo saber, que Jerusalém era o lugar onde estava o seu santuário, indicando que Deus estava presente em auxiliar e defender seu povo. Contudo, esse mesmo povo representado por Samaria e Jerusalém, desprezaria essa realidade. Deus estava presente em todo Israel, mas não mudaria a realidade do que ocorreria. Quantas coisas poderiam ter sido evitadas? Eis a dureza do povo em face ao clamor do seu Deus pelos seus servos de modo incansável. Denunciando a atitude incorreta e enfatizando as consequências. Não aprenderam com a história da presença de Deus no meio do seu povo. Rejeitaram sua vocação. Desdenharam da vontade expressa de Deus. Esqueceram, que foi o próprio Deus quem quis morar com eles, a fim de abençoá-los e tornarem-se suas testemunhas ao mundo.


O versículo 15, nos diz o desfecho dos rebeldes. Tropeço, queda, quebrantamento, laçados e presos. Se Deus é só amor como alguns pregam, porque não livrou o povo do cativeiro? Poderia ter passado a mão sobre a cabeça ou mesmo colocado fora do alcance dos seus olhos o pecado do povo.


Quando Isaías contemplou o Senhor no alto e sublime trono, entendeu que Ele é Santo em sua essência e no testemunho dos que estavam presentes e, portanto, o lugar onde estava tinha que ser santo.


A QUARTA ATITUDE: O ESTILO DE VIDA É NORTEADO PELA LEI E PELO TESTEMUNHO

Gosto de dizer, não somos autónomos. Somos contingentes ao ensino da bíblia, porque é a representação da vontade expressa de Deus, a fim de nos guiar diante Dele.

Isaías não se furtou de dizer ao povo, que somos regidos pela palavra (Lei) e pelos atos (Testemunho) de Deus. Absolutamente, não se pode viver sem direção, instrução da nossa bula, que é a palavra de Deus; no caso concreto em Isaías, a Lei dada por Deus desde os dias de Moisés. Evidentemente, que não restringimos apenas a Torá, incluímos, também, aos demais escritos do Antigo Testamento. No caso da Lei, o profeta usa o verbo selar como algo que deveria ficar fixo ou selado ao estilo de vida do povo.


Além da lei, ele diz, Testemunho. A ideia aqui é de ser o atestado de Deus. Como se fosse a prova da ação de Deus no meio do seu povo. Comparativamente, era como se fosse a escritura de uma casa, garantindo não somente a posse, mas a origem daquele imóvel. Ao mesmo tempo, ele usa o verbo vincular-se, cuja ideia fundamental era como se o povo se amarrasse, para se restringir e mostrar hostilidade a tudo que for contrário ao testemunho de Deus na história de Israel. Observe, que Isaías não fala do testemunho como algo apenas para trazer à memória, mas que deve ser algo em que o povo se ligasse, que fizesse parte da vida e da forma de avaliação quando começaram a andar por outros costumes.


CONCLUSÃO:

Parece, que a narrativa do profeta é meramente histórica. Isso aconteceu com Israel e ponto final. Contudo, precisamos como povo de Deus, analisarmos o que acontecera a Israel e o que acontece com a Igreja. Pois, absolutamente, há momentos e circunstâncias semelhantes conosco, porque há um travamento de guerra contra a nossa carne, o mundo que nos rodeia com ideias e o inimigo espiritual que ataca incansavelmente, a fim de criar em nós um estilo de vida contrário a Deus e digno de ser corrigido.


Muitas coisas passamos, porque estamos com o trem fora dos trilhos e, precisamos pensar e avaliar o que nos levou a sair da direção certa. Identificarmos a origem dos conselhos, que sutilmente vamos aprendendo, sem colocá-los à luz do que Deus ensinou ao seu povo. É imperativo saber, se nosso estilo de vida provém de Deus ou contrário a Ele.


Finalmente, Isaías nos deixa um recado causativo negativamente; se continuar assim restará Opressão (sermos pressionados com força e dureza) e fome (literalmente, sem comida), que nos direcionará à Fúria (pressionados) a amaldiçoar (desprezo e desonra) a Deus.

27 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

VIVER PELA EXPERIÊNCIA COM CRISTO (Jo 4.43-54)

INTRODUÇÃO No evangelho de João encontramos vários encontros de pessoas com Cristo, que mudaram radicalmente seu modo de viver. A pessoa...

Comments


bottom of page