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Foto do escritorMarcus Nascimento

A ORAÇÃO EFICAZ - Ef 3.14

INTRODUÇÃO:

O apóstolo Paulo ensina à igreja localizada em Éfeso todo o mistério desvendado pelo Espírito Santo sobre o significado da oração, no desejo puro e permanente de fundamentar a igreja, a fim de que não seja ignorante quanto à verdade das práticas da vida piedosa e, consequentemente, na fundamentação de toda a experiência com o Deus Trino, descrita nos versículos 16 a 21 do mesmo capítulo três.


Ele iniciou o capítulo chamando a atenção da igreja da revelação dada a ele do mistério em Cristo, cujo conteúdo básico é a união de dois povos inimigos e os dois juntos inimigos de Deus, sendo reconciliados pela obra de Cristo na cruz e, para ele é fundamental entender esse fato, para que a igreja não perca de vista para sempre o ato de Deus em Cristo e a sua natureza, isto é, o que Deus fez em Cristo. Evidentemente, o mistério de Cristo revelado não se aplica somente ao conceito acima citado, mas também, todo antecedente que isso representou, o qual vem sendo descrito desde 1.3 da carta a igreja reunida em Éfeso.


Por todo o ministério de Cristo observamos seus ensinamentos e sua prática de oração pelo que teria de fazer, mas, sobretudo, do que isso implicava na sua vida. Ele é o mestre que ensina na teoria e na prática. O apóstolo não poderia ser diferente em ensinar do mesmo jeito, uma vez que fora chamado pra essa finalidade. De modo que, se coloca exatamente no lugar, que o próprio Cristo o estabeleceu, isto é, como edificador da igreja e, assim, ele o fez.


Para o apóstolo, há a necessidade de ensinar à igreja, que a oração é a prova do entendimento da igreja em relação ao Pai. É gritante a preocupação paulina em dar entendimento, a fim de que, a igreja não seja destruída por falta de conhecimento. E, no caso específico para quem ele escreve essa carta, deseja aprofundar o entendimento dos irmãos. É salutar dizer, que essa igreja não é igual a que se reunia na cidade de Corinto, cuja característica em I Co 3.1-2, revela uma igreja neófita, natural e carnal. Não!!! A igreja reunida em Éfeso está apta para aprofundar e compreender a dimensão do mistério de Cristo revelado e pronta para tornar conhecida a multiforme sabedoria de Deus.


Assim, ele ensina que a oração tem três aspectos básicos: a oração é motivada pela graça de Deus. A oração confirma a nossa adoração. Finalmente, a oração revela a proximidade com Deus.


A ORAÇÃO MOTIVADA PELA GRAÇA

Com imensa tranquilidade ele usa a preposição (por causa disso). Ele está se referindo, que toda a revelação do mistério de Cristo ratifica a máxima da graça, porque jamais saberia todas as coisas reveladas, se não fosse o favor gratuito de Deus em tornar conhecido o seu mistério guardado desde a eternidade e revelada na era presente.


É impactante na sua mente e no seu coração e, pessoalmente acredito no reboliço dentro dele com essa máxima, que a igreja deve orar ao Pai do Senhor Jesus Cristo com a motivação de exaltar a graça dele. Percebamos o apóstolo falando do presente, buscando a continuidade no futuro, mas olhando para a eternidade. Ele quer que a igreja compreenda como a ele foi revelado pelo Espírito Santo, somente isso. Ele não floriu e nem inventou, apenas repassou o que lhe fora repassado. Se a igreja vai orar, que tenha a motivação certa.


O impacto foi tão tremendo na vida dele, que ele enxerga o favor de Deus, que favoreceu a igreja. A graça de Deus tornou o impossível em possível. Isso trouxe à mente do apóstolo o prazer e a alegria dos efeitos de bondade realizados por Deus, em função da manifestação da sua graça. Tudo foi feito por causa da graça, não somente a manifestação dela em desvendar o mistério em Cristo, como também, da realização da obra salvadora de Cristo e o seu desdobramento.


Não podemos orar motivados por pedido ou estabelecimento de status quo, mas devemos orar na compreensão motivacional essencial, que é a graça de Deus em nosso favor. Não podemos perde de vista, que sem a graça não seríamos o que somos em Cristo.


Se pararmos para pensar o que seríamos se Deus não tivesse graciosamente revelado o mistério de Cristo? Ainda estaríamos tateando no escuro e procurando a saída, completamente mortos e sem Deus na vida. O que Paulo está nos dizendo é: devemos trazer à memória, todas as vezes que orarmos, a graça como agente motivador e reconhecer a nossa situação anterior e como foi modificada.


Outro fator impactante na oração paulina, que o deixa sem alternativa, mesmo que nem passe pela cabeça dele alguma outra, senão dobrar os joelhos.


A ORAÇÃO CONFIRMA A ADORAÇÃO

Aqui está o segredo de quem adora, porque ao se colocar nessa posição, ele estabelece a atitude de humilhação, onde claramente ele ensina à igreja a se colocar na sua posição diante de Deus. Mas o outro lado do significado de se ajoelhar era a manifestação da honra para quem está se ajoelhando. Não era somente o estado de humilhação, mas de trazer honra ao Pai do Senhor Jesus Cristo. Ele estava dizendo quem era diante do Pai, mas também quem era o Pai. Assim como ele dissera em 1.3, que ele era bendito, agora ele diz que ele é digno de honra. Assim como ele reconhece a presença da graça, agora ele afirma que a atitude é de humilhação perante o Deus da graça.


Assim sendo, o apóstolo diz à igreja na figura do arco, que ela precisa se dobrar diante de Deus e ao curvar-se é estabelecido quem é quem nessa relação. Dobrar os joelhos não era só uma atitude exterior, era fruto da compreensão interior de quem era o Pai, que graciosamente fez todas as coisas em Cristo. Ele queria, por exemplo, arraigar esse pensamento permanentemente na igreja em qualquer tempo e lugar.


A implicação natural é de estarmos diante de um princípio permanente (clausula pétrea). A atitude exterior é fruto do entendimento interior. Era honrar com os lábios, mas também, com o coração. Esse relacionamento é implicado nessa oração pelo que somos e quem Deus é.


A ORAÇÃO REVELA APROXIMAÇÃO

O autor usa outra preposição, a fim de ratificar que a oração é um encontro de seres. De um lado a igreja realiza a oração e pelo outro lado o Deus a quem é dirigido a oração. Evidentemente, por ser Deus, há uma obrigatoriedade da autorização dessa comunicação entre os envolvidos.


De modo que, o apóstolo afirma que há uma movimentação em direção a uma meta ou destino, no caso específico aqui, que seja concedida experiência interior com o Espírito Santo, com Jesus Cristo e com o próprio Pai, ao contrário da liturgia existente nos ministérios da igreja, que foca no exterior (venha pra frente do altar, etc..), o edificador da igreja ensina que a experiência é primariamente interior, isto é, dentro daqueles que ouviram o evangelho da salvação, da palavra da verdade e creram e foram selados com Espírito Santo.


Finalmente, essa oração feita perante/ na presença do Pai, indica o contato e a reação; afinal, serão dirigidas palavras, expectativas e entendimento. Além disso, teremos um ciclo de iniciativa e a espera pela resposta.


A oração confirma que estamos na presença de Deus e toda atitude exterior, precisa ser acompanha de entendimento interior, porque o Deus a quem nos dirigimos em oração é onisciente e, por conseguinte, sabe do motivo pelo qual oramos, da forma como estamos nos apresentando e o que estamos pensando no mais intimo do nosso ser.


Ao entendermos que estamos na presença do Pai do Senhor Jesus, precisamos ter o exato entendimento disso e que ele tem prerrogativa. Mas, igualmente, entendamos que ele ouvirá e nos dará resposta. Não esquecendo que estar na presença de Deus, envolverá sua atuação no nosso interior. Tudo ocorre dentro de nós, porque o método de aparição de Deus na era presente mudou, pois ele decidiu que nós seremos o tempo e o lugar da sua manifestação.


Assim sendo, lembremos de que a oração, é fruto de relacionamento com Deus. Estamos nos comunicando com o Deus que nos relacionamos por causa da pessoa e obra de Cristo.


CONCLUSÃO

Não podemos perder a percepção do apóstolo sobre a oração, embora no caso específico ele queira ressaltar a experiência da igreja com o Espírito Santo, com Jesus e com o Pai. Ele não desiste de ensinar, que o instrumento escolhido por Deus para a consecução dessa experiência é a oração, a qual representa muito mais do que palavras e necessidades. Precisamos entender o significado de todas as coisas que fazemos diante de Deus.


Assim como o apóstolo disse à igreja reunida em Éfeso, o mesmo texto diz a nós, que a oração é mais que expressão física ou exterior, porque o que está em foco é o que está por detrás das nossas petições a Deus, ou melhor, da necessidade de nos comunicarmos com ele pela via autorizada e consolidada na vida igreja.


Nunca esqueçamos que só temos acesso por causa da sua graça revelada em Cristo, que nos foi dada como presente e nos beneficia, mas que teve um preço singular. Então, todas as vezes que orarmos, precisamos lembrar o que Deus nos fez e saber que responderá sempre com o mesmo instrumento, por graça.


Há uma exigência em orarmos como demonstração de adoração. Isso indica que é uma oferta espiritual. Então, a materialização da forma de adorar (dobrar o joelho) não é um gesto religioso, é antes de tudo, o estado do ser que se humilha, mas que quer prestar honrar diante daquele que se humilha, porque entende dentro do interior por experiência com o Pai, que assim se porta o adorador.


Finalmente, não podemos chegar de qualquer jeito e nem falar o que quiser, como se estivéssemos falando ao vento. Não! Antes precisamos entender que estamos diante do Deus único e verdadeiro, que já o conhecemos pela revelação exclusiva e autorizada em Cristo.


Não adianta somente ser o corpo de Cristo, o Santuário do Espírito Santo e a morada de Deus, se não temos a experiência interior com o Deus Trino. Por que experiência interior? Porque nos versículos subsequentes o apóstolo usa a preposição dentro de, a fim de elucidar o local onde acontece essa experiência.


Orando assim a igreja prova que conhece e tem entendimento do Pai, do Filho e do Espírito Santo, transformando uma comunicação numa oração que traz resultados.           


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